quarta-feira, 27 de maio de 2009

Prisma

Sensação de que o fim podia ser logo
numa prismática reflexão, sem explicar por quê
Em ciano, eu neguei o que era obvio
Verd'izia: "eu não quero nem saber"

Mas hoje o Sol brilhou tão forte e tão no alto
Que em sua luz eu puis meu prisma para ver
Do astro rei, o amarelo tão sensato...
Decompor em cores, pra de ti me esquecer

Embora quisesse, tão agora, estar contigo
Tinji meu ego ferido pra não parecer
Culpei o Sol por ter te perdido
Disse que ele me levou você

E disse que o quadro estava completo
Que nada era mais correto
Que a perda se esculpiu em concreto
E que era tudo certo

Senti saudade do que eu não tive
Menti que não, mas fiquei triste
Me conformei com o que a gente vive
Disse ser lindo, mas era crise

E então aqui, neste questionamento
Refleti a sensação do descontento
E tinji "entender" no vermelho ungüento
Disse que não, mas eu lamento

Podia o fim, então, chegar logo
Antes que eu parasse de pensar assim
E que todo o cinza neutro no meu foco
Tingisse de preto as matizes de mim.
Leonardo Misseno Justino

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