quarta-feira, 18 de março de 2009

Dente de Leão

Todas as memórias
Um conjunto semi-vazio
Quase nulo, nestas horas
Em que me pego sozinho

As paredes estão vermelhas
E eu não sei porque
Se foi sangue que derramei
Ou a pintura sugerida por você

Os últimos dez minutos
Quanta falta me farão?
Segurando alguma coisa
Parecia sua mão

Os meus olhos não moviam
Comecei a me assustar
Nas paredes reluziam
O dizer "Vou te matar"

Nas minhas mãos um corpo quente
E uma dor a latejar
Meus olhos não se moviam
Me senti convulsionar

A língua não se movia
Os dizeres eu lia
A sala parece vazia
Algo estava a me tocar

Todas as memorias
Um conjunto semi-vazio
Em que nada entendia
O corpo estava frio

O calor da tua mão
Ou aquilo que me segurou
Vertigem ou alucinação
Meu corpo paralisou

Eu tentei me mover
Tentei olhar você
Tentei chamar seu nome
Mas eu não tive sorte

Todas as memórias
Acompanhadas da solidão
Um delicado sopro
Sobre o dente de leão.


Se quer acredito que fui eu que escrevi. Por isso não deixarei assinatura.

Me sinto meio morto. Mas estamos ai. Cabeça pra cima, peito estufado e caminhando em frente.

Fui.

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