quinta-feira, 4 de junho de 2009

Fúlgido Pecado (Se foi com o dia, deixou saudade)

Seis horas, tudo escuro, frio lá fora
alguns insetos brilhando sob a luminária
morrem no instante em que a luz é tocada.
Um novo começo para outro poema
Um novo poema pra não falar de nada!
Além dessa noite, escura e encantada
A noite chamada... a palavra que falta.

Estava esta tarde tão cinza e nublada,
Me agonizava um monólogo sem vida...
Num dado instante, inquieto, implorava
Pra ouvir tua voz, tão doce e macia

Discute comigo, me chama de chato!
Que eu rio e te abraço, e te digo "querida"
Você silencia, contida em meus braços
em nosso calor; alimento; pecado!

E depois desta noite, ardente e impassiva
acordo ao teu lado, tão dócil e rendida
Te vejo num sonho que acho ser meu
Um sonho que é nosso, que é de alegria

No fim deu adeus e sem mim foi embora,
Foi a hora, o segundo, o mundo e a vida
Compus num momento, recitei em seguida
Sei lá que se deu! Deu-se a hora, foi-se o dia
Foi-se a noite perfeita com sua partida
Foi seu corpo do braço que na noite ardia

Outro dia, outra noite, outro adeus
Quisemos crer que na noite seguinte
Com um frio parecido e semelhante requinte
nos uniríamos de novo, às dez ou às vinte
por mais rimas de amores fúlgidos e ardentes
Pelas quais passaremos todo o dia querentes.
Leonardo Misseno Justino

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