quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Mar e o Derrotado (Netuno)

Sempre ouvi tua canção, colosso onírico,
Teus contos de monstros, de sonhos,
Teus medos e urros insanos,
Teus versos, tristes, ufanos,
Banhados em sangue puritano
Por teu corpo satírico.

Me esqueci nesta hora do encanto
Efêmero de caminhar
Pelas tuas águas senis, pelo teu banhar,
Perdido em teu canto, sem me preocupar.

Tive medo, un instante, de me machucar,
De me perder, talvez morrer,
Em teu azul, Grande Mar.
Naquela noite amargurada
Em que fiquei a esperar
No porto, teu canto meu ouvido ruminar
Ou que trouxesses um adeus de quem resolveste levar,
Tu me esquecestes, sozinho, a amar.

Seu eterno ouvinte
Torna-se agora pedinte,
Quis morrer por tanto me rebaixar,
Quero sentir o que tu sentes,
Zerar o insípido placar.
Mas tu não te importas com ninguém
E fez lavar a Terra por teu próprio bem
Sem te importar com nossa sorte ou azar.

Leonardo Misseno, Yuri Anibal & Vitor Lanna

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